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Mike Hailwood

A sua memória continua a ser honrada com diversos tributos, incluindo o "Mike Hailwood Memorial Run"

Mike Hailwood, ou “Mike the Bike” como ficou carinhosamente conhecido, nasceu a 2 de abril de 1940, em Great Milton, Oxfordshire, no seio de uma família abastada ligada ao motociclismo. O seu pai, Stan Hailwood, era proprietário de um concessionário de motos e tinha um interesse profundo pelo desporto motorizado, o que facilitou o acesso de Mike às corridas desde tenra idade. Ao longo de uma carreira de mais de duas décadas, Hailwood destacou-se tanto em competições de motociclismo como de automobilismo, estabelecendo-se como um dos mais talentosos e versáteis pilotos da história. 

Hailwood começou a competir em corridas de motos ainda na adolescência. A sua estreia em competições de motociclismo deu-se em 1957, e em pouco tempo tornou-se evidente que possuía uma habilidade natural para pilotar. Aos 19 anos, já participava no Campeonato Mundial de Motociclismo e, apenas dois anos depois, alcançou a sua primeira vitória no Mundial, na categoria de 125cc, no Grande Prémio da Ilha de Man. 

A década de 1960 marcou o auge da sua carreira em duas rodas. Hailwood competiu em diversas categorias e para diferentes equipas, destacando-se a sua passagem pela MV Agusta e pela Honda. Com a MV Agusta, dominou as classes de 350cc e 500cc, onde se tornou campeão do mundo em várias ocasiões. Depois de se juntar à Honda em 1966, continuou a sua série de vitórias, conquistando títulos nas categorias de 250cc e 350cc, e ajudando a consolidar a reputação da marca japonesa no motociclismo de competição. Entre 1961 e 1967, Hailwood venceu nove Campeonatos do Mundo em diferentes cilindradas e estabeleceu 76 vitórias em Grandes Prémios, uma proeza impressionante que o colocou no panteão dos grandes do motociclismo. 

O ‘TT’ da Ilha de Man, uma das corridas de motos mais desafiadoras e perigosas do mundo, sempre teve um lugar especial na carreira de Hailwood. A sua primeira participação na famosa ilha foi em 1958, e ao longo dos anos ele acumulou 14 vitórias no evento, consolidando-se como um dos mais bem-sucedidos pilotos na história da competição. O seu domínio neste traçado extremamente técnico, que combina estradas estreitas, curvas apertadas e variações de altitude, demonstrou não apenas a sua habilidade, mas também a sua coragem e dedicação à modalidade. 

Hailwood ficou particularmente famoso pela sua capacidade em se adaptar a diferentes tipos de motos e condições de corrida. Era conhecido pela sua abordagem técnica precisa, que lhe permitia tirar o máximo partido da máquina em qualquer circuito. A sua dedicação ao ‘Road Racing’ contribuiu para elevar o prestígio dos eventos e atrair mais atenção para o motociclismo de estrada. 

Em 1968, surpreendendo muitos dos seus fãs, Hailwood decidiu deixar as motos e seguir a sua carreira no automobilismo. A transição para as quatro rodas foi motivada por uma combinação de desejo por novos desafios e a vontade de evitar os riscos crescentes das corridas de motos, que já haviam causado a morte de vários dos seus contemporâneos. Hailwood rapidamente encontrou um lugar na Fórmula 1, onde correu para equipas como a Surtees, McLaren e Lotus entre 1963 e 1974, alcançando alguns sucessos. 

Embora nunca tenha conseguido um título na Fórmula 1, conseguiu bons resultados, incluindo dois pódios e vários pontos. Foi também na Fórmula 1 que protagonizou um dos episódios mais heróicos do desporto, no Grande Prémio da África do Sul de 1973, quando resgatou o piloto suíço Clay Regazzoni de um carro em chamas após um acidente grave. Este acto de bravura valeu-lhe a Medalha George, uma condecoração cívil britânica pela coragem. 

Apesar do aparente afastamento definitivo das motos, Hailwood fez um retorno dramático ao motociclismo em 1978. Aos 38 anos, decidiu participar novamente no ‘TT’ da Ilha de Man, após 11 anos sem competir em motos. O seu regresso foi visto com cepticismo, mas Hailwood silenciou os críticos com uma vitória magistral na categoria de Fórmula 1 TT, pilotando uma Ducati 900SS. Esta vitória foi considerada um dos maiores retornos na história do desporto motorizado e reafirmou o seu estatuto de lenda. No ano seguinte, em 1979, voltou a competir no TT, conseguindo um segundo lugar na corrida Senior TT. 

Em 1980, Hailwood anunciou a sua retirada definitiva das corridas, desta vez para se concentrar na sua vida pessoal e familiar. Contudo, a sua vida foi tragicamente interrompida em março de 1981, quando sofreu um acidente de viação perto de Birmingham, quando o seu carro foi atingido por um camião ao fazer uma manobra ilegal. Hailwood faleceu dois dias depois, a 23 de março, aos 40 anos, e a sua filha Michelle, que o acompanhava, morreu também no local. O seu filho David, que também estava no carro, sobreviveu. 

Mike Hailwood é lembrado não apenas pelas suas conquistas em pista, mas também pelo impacto duradouro que teve no motociclismo e no automobilismo. A sua habilidade em pilotar tanto motos como automóveis com sucesso é rara, e poucos pilotos conseguiram alcançar tal versatilidade. Ele inspirou gerações de pilotos e permanece uma figura de referência para os entusiastas do desporto motorizado. 

A sua memória continua a ser honrada com diversos tributos, incluindo o “Mike Hailwood Memorial Run”, uma corrida anual que acontece no ‘TT’ da Ilha de Man. A sua carreira é celebrada em museus e livros, e o seu nome está eternamente associado ao espírito de bravura e paixão pelo motociclismo. 

Mike Hailwood transcendeu o mundo do desporto motorizado com o seu talento inato, paixão pela competição e actos de bravura. Ele não era apenas um piloto excepcional; era um ícone que simbolizava o amor puro pelas corridas. As suas vitórias no motociclismo, a coragem demonstrada na Fórmula 1 e o seu regresso triunfal ao TT são testemunhos de uma vida dedicada ao desporto, e o seu legado continua a inspirar e a emocionar fãs em todo o mundo. 

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