Faz parte deste mundo há mais de 50 anos e, para todos os que andam no mundo das motos, Jorge Morgado é um nome tão familiar como o de um familiar. Eis uma breve biografia ilustrada

Jorge Fernando da Silva Morgado, findo o serviço militar obrigatório (Guiné ,1972-1974), regressa a Lisboa no meio de toda a constituição política e social da época. Sem “arranjos políticos “dedica-se de corpo e alma à fotografia, dando os primeiros passos na cobertura dos conhecidos festivais de Jazz Cascais.
Sendo estes localizados num espaço de tempo, o restante tempo dedicado a fotografar eventos de moda, monumentos e arquitetura, casamentos e batizados, enfim, qualquer coisa para garantir a subsistência. É durante a cobertura destas provas que trava conhecimento com Manuel Freire (jornalista), seguindo-se quase de imediato, o convite para colaborar com o recente criado semanário “O Tempo “e revista “Ilustração” do referido jornal ,dirigido pelo jornalista Nuno Rocha.

O primeiro passo na fotografia de desportos motorizados acontece em 1975, durante as provas dos campeonatos de velocidade de (inicialmente) e motociclismo, no autódromo do Estoril. Em 1976, faz a cobertura do primeiro” grande premio” de motociclismo em Jarama, Espanha, e é nesse evento que conhece Barry Sheene, um dos mais destacados da época. A partir daqui, inicia uma coloração com a Publituris, conhecida na área do Turismo e faz coberturas sucessivas de provas internacionais como o Rally de Portugal e Rally do Algarve. Sucedem-se as colaborações com a revista “Auto Mundo”, jornal “Motor” e o diário “O Dia”, sempre na área dos desportos motorizados. Marco importante na carreira, foram as colaborações com marcas e agências noticiosas internacionais, na cobertura do Rally Vinho do Porto.

É já na viragem da década de 1970 que passa a colaborar, exclusivamente na área das motos com o jornal “Auto Sport”. E, logo de seguida, passa a editar duas páginas no jornal “Motor”, a convite de José Mendonça, saudosamente conhecido como “pai do Enduro” em Portugal. É-lhe atribuída a “Carta de Presse” da Fédération Internationale de Motocyclisme em 1981, com sucessivas renovações a perder de vista. Mas é definitivamente,1983, que nasce o grande projeto pelo qual será lembrado no mundo do motociclismo, em Portugal, por muitos anos vindouros: numa época em que quase não havia motos, nem cultura motociclística, nem fax e quase nem telefone, funda a revista “Moto-Jornal” Um projeto aventureiro, em que ninguém acreditava, e que perdura até aos nossos dias. Apesar da dureza dos primeiros anos de vida da revista, o projeto criou solidas bases e permitiu ainda mais etapas importantes no mundo do motociclismo em Portugal e em português. Privou durante mais de vinte anos com a mais carismáticas figuras internacionais do mundo do motociclismo desportivo, fez coberturas de inúmeros modelos, apresentações em salões nacionais e internacionais, viajou pelo mundo inteiro a cobrir provas desportivas, foi visitante privilegiado das maiores fabricas de marcas, inúmeros trabalhos fotográficos publicados na imprensa internacional. Torna se membro da International Road Racing Press Association (IRRPA) em 1991 e, no mesmo ano, participou na criação de uma equipa em nome da Moto-Jornal em parceria com a Honda Motor Portugal, com o, piloto Vasco Salgado, na classe 600 cc. tornando campeão.

No ano seguinte, a mesma parceria sobe à classe Supersport e junta se o piloto Manuel Duarte (1991-1994) e, em 1994, o brasileiro Gilson Scuder, com participações no Campeonato Nacional e iniciam uma carreira internacional no Open Ducados, em Espanha. Outra década, outro objetivo e outro projeto-piloto: Trofeu Resistência Moto Jornal / Vodafone que chega a reunir cinquenta equipas e mais de 150 pilotos divididos pelas mais variadas classes e faixas etárias, entre profissionais e amadores. Entre 2003 e 2006 cria ainda, na Moto-Jornal, o “Objectivo GP”: uma competição revolucionária com metas e objetivos ousados e ambiciosos, destinado a jovens entre os 14 e os 16 anos, a disputar no Kartódromo de Palmela e no circuito Autódromo Fernanda Pires da Silva. Tratou-se mais uma parceria com a Honda Motor Portugal e as máquinas utilizadas Honda CBR 125 R, a quatro tempos e o objetivo final era levar uma dessas promessas até ao campeonato do Mundo de 125, em 2006.

Em 2008, em Cuba, desenha, projeta e monta “World Moto Tour”, para viagens turísticas em motos de grande cilindrada dentro das ilhas Caraíbas. Até á data em 2012, cria a revista Moto Magazine, que reúne um grande leque dos melhores profissionais ativos no mundo do motociclismo. Em 2013, monta uma revista digital, a “Moto Digital”, projeto com muita interatividade, filmagens/reportagens em vídeo, podendo receber publicidade de televisão, com uma visão inovadora na comunicação, para o seculo XXI. No ano de 2019 cria um canal no YouTube com apresentação de novos modelos de moto, designado “Shift Gear”.

Atualmente desenvolve e constrói projetos em várias áreas de negócios.